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Aproveite a leitura e aprenda muito sobre Agroecologia!

Hoje vou falar sobre um assunto muito interessante e que vai mudar a forma com a qual você vai produzir seus alimentos.

A AGROECOLOGIA

Provavelmente você que está lendo este artigo não passa por problema de desnutrição alimentar ou a fome constante.

No entanto, garanto que no Brasil e no Mundo, principalmente em países subdesenvolvidos, ainda há muita gente passando fome.

Com o aumento da população mundial e a necessidade de produzir mais alimentos, os sistemas convencionais de produção agrícola, a partir da Primeira Guerra Mundial, cresceu exponencialmente com a Revolução Verde.

E, com efeito, acarretou em altos índices de produtividade dos alimentos, diminuindo, naquele momento, o problema com a falta de alimentos.

Essa forma de se fazer Agricultura, que chamamos de Agricultura Industrial se caracteriza e se baseia em 3 Pilares:

AGROQUÍMICA (proporcionou um controle e domínio sobre a natureza);

MOTOMECANIZAÇÃO (gerou empregos nas indústrias e cidades, com a possibilidade de cultivar grandes áreas – Monocultura);

MANIPULAÇÃO GENÉTICA (propiciou plantas mais produtivas, resistentes, uniformes, porém, diminuindo a biodiversidade e ampliando a Monocultura).

A Monocultura, para quem não sabe, é o que vem ocorrendo no último século. Um exemplo: plantio de soja em grandes áreas, colhe a soja, planta o milho, colhe o milho, planta a soja e assim vai.

O problema é que essa forma de produzir alimento vem mostrando a conta que devemos pagar agora.

São anos de exploração dos solos, recursos hídricos, dependência do Petróleo, mono cultivo e, consequentemente, degradação do Meio Ambiente.

Observando os resultados catastróficos gerados por essa forma de se produzir, é que a AGROECOLOGIA foi chegando devagar e vem crescendo.

É fato que produzir sustentavelmente já é uma forma pensada há muitos anos. Relatos das décadas de 1920 e 1930, demonstram pesquisadores e entusiastas preocupados com a Produção de Alimento, porém, pensando nas gerações futuras.

A AGROECOLOGIA está aí para nos ajudar! E eu, a partir de compartilhamento de informações quero lhe manter bem informado a esse respeito.

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A TRANSIÇÃO PARA A AGROECOLOGIA

Todo processo passa por uma transição. Não é diferente para a Agricultura Orgânica e Agroecológica.

A AGROECOLOGIA se baseia em processos de Base Ecológica, mais justos, solidários e ambientalmente sustentáveis.

Não adianta nada produzir muito alimento e não chegar na mesa de toda população.

A Agroecologia resgata o conhecimento tradicional desprezados, o que não quer dizer que representa uma volta ao passado, e sim, procura utilizar o que há de mais avançado em termos de ciência e tecnologia.

Gera agroecossistemas sustentáveis e de alta produtividade que apresentem características bem semelhantes aos ecossistemas naturais.

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ENTÃO, O QUE É AGROECOLOGIA?

Não é uma prática agrícola e sim uma Ciência!

É a busca pela Compreensão do Funcionamento da Natureza, dos Ecossistemas Naturais, em diferentes sistemas de produção e sua complexidade.

Adota como princípio básico a menor dependência possível de insumos externos.

NO SOLO – auxilia na recuperação e manutenção do seu Equilíbrio Biológico, pois este influenciará em grande medida suas características físicas e químicas.

SIMPLES ASSIM: se você tratar bem o seu sistema produtivo, ele retornará para você em dobro, ou mais.

Os Ecossistemas Naturais reinvestem a maior parte de sua biomassa na manutenção da estrutura física e biológica necessária para garantir a fertilidade do solo e estabilidade biótica.

O que você precisa então, é saber Como Fazer Isso.

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FUNÇÃO DOS ECOSSISTEMAS NA AGROECOLOGIA

Vamos entrando na parte prática da coisa.

Na agricultura, você levando de forma responsável, vai começar a entender que existe um processo cíclico que colabora com o sucesso da atividade produtiva.

Esse processo é Dinâmico, acontece com a interação e relação dos organismos, desenvolvimento, movimento, conversão dos componentes bióticos.

ENERGIA

ENERGIA: os organismos precisam da Energia para executar seus processos metabólicos e fisiológicos e esta deve ser renovada constantemente.

As plantas captam luz solar e transforma nessa Energia que é responsável por boa parte das ligações químicas existentes, transformando em Biomassa.

90 % dessa Energia é consumida e apenas 10 % passa para a outra fase, ou seja, fica no solo.

Essa Biomassa é de extrema importância quando acumulada no solo, sendo degradadas pelos microrganismos decompositores e transformadas, então, em nutrientes para o solo.

Os nutrientes do solo são imprescindíveis para a formação e estrutura dos Organismos Vivos, estes mesmos que fazem os nutrientes das plantas retornarem ao solo.

Nitrogênio, Carbono, Oxigênio tem seu reservatório na Atmosfera.

Porém, Potássio, Fósforo, Cálcio, Enxofre e boa parte dos micronutrientes utilizam como reservatório o solo. Por isso é fundamental saber manejá-lo, podendo até substituir a adubação.

POPULAÇÃO DE ORGANISMOS VIVOS NA SUA HORTA

A população desse organismos vivos na sua Horta Orgânica vai variar muito de acordo com as interações que ocorrem entre eles.

As interações são classificadas em:

MUTUALISMO:

Duas espécies de organismos desenvolvem formas de se interagir em que ambas se beneficiam. Exemplo utilizados por nós é o consórcio entre diferentes culturas no mesmo canteiro da Horta.

PREDAÇÃO:

Quando o organismo predador se alimenta do outro, a presa. Por exemplo, a Joaninha se alimenta de Pulgões.

PARASITISMO:

Quando um organismo (o parasita) passa a sua vida ou parte dela se alimentando de outro (o hospedeiro). Por exemplo, a Vespa – Cotesia flavipes é parasita da fase larval da lagarta da broca da cana-de-açúcar.

INTERFERÊNCIA:

Quando um Organismo interfere na vida do outro, de forma positiva ou negativa.

COMPETIÇÃO:

Quando um ou mais Organismos disputam um mesmo local. Por exemplo, infestação de plantas daninhas na sua Horta Orgânica pode competir com suas hortaliças.

COEXISTÊNCIA:

Quando duas espécies conseguem conviver juntas num mesmo local, usando os mesmos recursos, sem uma interferir sobre a outra. É o caso de plantas espontâneas em sua Horta, sem que se tornem plantas daninhas.

SITUAÇÃO DE STRESS:

Condição adversa, onde alguma modificação interfere, de forma negativa, no potencial da planta, podendo alterar seus mecanismos de defesa. É o caso da falta de água na Horta.

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COMO CONSTRUIR SEU SISTEMA AGROECOLÓGICO

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Uma dica importante:

Tente manter seu sistema de produção o mais próximo possível parecido com a natureza que você encontra na sua região.

USE O QUE ESTIVER A SEU ALCANCE

Ou seja, reduza insumos comerciais. Faça sua Compostagem, utilizando lixo doméstico, estercos, urina, resíduos vegetais e animais. Utilize plantas como a leguminosa que fixa Nitrogênio no solo, entre outras atitudes.

MANEJO DO SOLO E CONSERVAÇÃO

Evite erosões, mantenha seu solo sempre coberto com vegetação, faça curvas em nível, canais de escoamento da água, assim, você potencializa a reciclagem de nutrientes.

DIVERSIFICAR AS ESPÉCIES CULTIVADAS

Diferentes espécies vegetais no seu sistema de produção é a chave para um serviço ecológico capaz de dispensar o uso de insumos. Introduza espécies que fixem nutrientes (adubo verde), estimuladoras de predadores, parasitas, polinizadores (plantas que tenham flores), etc.

MANTENHA A COBERTURA DO SOLO

Independentemente se a cultura é comercial ou não, sempre que puder, deixe a sua área coberta por algum vegetal que isso trará benefícios ao seu solo.

ELEVE E OTIMIZE O RENDIMENTO DA SUA HORTA

Tenha em mente que só a produtividade elevada não confere a perpetuação do seu sistema de produção. O que quero dizer é que, mais vale uma produção média, mantendo e elevando o ecossistema, do que priorizar só na produtividade máxima.

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RECOMENDAÇÃO TÉCNICA

Aqui vou sugerir e recomendar algumas formas de plantio, baseados em minha experiência e estudos científicos com resultados comprovados.

Para você que tem uma chácara, sítio, terreno ou fazenda e quer implantar a AGROECOLOGIA, pense em diversificar as espécies vegetais ao máximo possível.

Espécies herbáceas, arbóreas, nativas, ornamentais, lenhosas, arbustivas, semi-arbustivas, enfim, diversificar é a regra aqui.

Essa diversificação dá a sustentação ao ambiente, que tende a se equilibrar.

São processos naturais acontecendo simultaneamente.

FRUTÍFERAS E HORTALIÇAS, JUNTAS NA SUA HORTA

Caso tenha espaço, opte por Frutíferas, consorciando com Hortaliças. São espécies que possuem uma demanda aquecida no mercado e o retorno financeiro é garantido.

Para as frutíferas como banana, acerola, limão, laranja, café, mamão e pitanga, utilize um espaçamento de 5 metros entre as linhas de plantio.

Nesse espaçamento de 5 metros entre as plantas frutíferas cultive no primeiro momento Adubo Verde (plantas Legumiosas ou Gramíneas).

Posso dizer a você que os melhores plantios de hortaliças que já vi na vida, foi sobre a palhada dessas plantas citadas abaixo.

LEGUMINOSAS

Crotalária juncea

Crotalária breviflora

Crotalária ochroleuca

Feijão Guandú

Feijão Miúdo

Feijão de Porco

Mucuna Preta

Mucuna Cinza

Mucuna Anã

Labelabe

Tremoço

Realmente, é uma variedade muito grande de leguminosas. Essas são só um pequeno exemplo da opção que você dispõe. Usei essas por ser mais acessível.

GRAMÍNEAS

Sorgo Forrageiro

Milheto

Girassol

Aveia

Alguns capins como Mombaça, entre outros.

ATENÇÃO: Você deve escolher a espécie que não seja da mesma família das espécies da sua Horta Orgânica. Assim você evita a disseminação de pragas e doenças.

Por Exemplo: Se optar pela Crotalária, família Fabaceae, não rotacione com a Vagem que é da mesma família.

CARACTERÍSTICA DO ADUBO VERDE PARA SUA HORTA

O Adubo Verde escolhido deve:

Possuir crescimento rápido;

Grande produção de biomassa;

Capacidade de realizar fixação biológica de nitrogênio (FBN);

Bom desenvolvimento radicular;

Resistência a pragas e doenças;

Facilidade na obtenção das sementes;

Capacidade de reciclar nutrientes.

RECOMENDAÇÃO: Aconselho usar qualquer uma dessas, mas gosto dos resultados da Mucuna Preta ou qualquer Crotalária.

VANTAGENS DO ADUBO VERDE PARA SUA HORTA

Quando sua planta de Adubo Verde estiver florindo, após aproximadamente 3 meses, corte-os rente ao solo e deixe a palhada sobre o canteiro.

As vantagens são enormes, entre elas:

Promove a cobertura do solo;

Aumenta e mantém a umidade do solo;

Ciclagem de nutrientes;

Dinâmica dos microorganismos no solo que ajudam a combater nematoides e doenças do solo;

Abrigam os inimigos naturais;

Atraem insetos polinizadores e insetos benéficos como predadores de pragas;

Diversidade biológica no solo;

CORTEI O ADUBO VERDE, E AGORA?

Após o corte do Adubo Verde, aguarde o momento em que a palha estiver seca e formando a biomassa para receber a nova planta, hortaliças.

Plante a Hortaliça de seu interesse nesse mesmo canteiro, sobre a palhada.

Sugiro que comece com o consórcio entre Alface e Cenoura. Ou seja, uma linha de alface e outra linha de cenoura, assim sucessivamente, alternando as espécies no mesmo canteiro.

Nessa fase você deve respeitar o espaçamento indicado para cada cultura.

Para esse consórcio use o espaçamento de 25 cm entre as plantas da Alface na linha.

Na entrelinha que divide o Alface da Cenoura, use 20 cm. Na linha da Cenoura use 10 cm entre as plantas.

O CONSÓRCIO:

Consiste em alternar duas ou mais espécies na mesma área, assim você tem um melhor aproveitamento da área.

O importante é atentar para que não consorcie plantas de hábitos, família, crescimento e ciclo de vida semelhantes.

A partir do plantio, então, é só cuidar, fazendo os manejos corretos e atentar às pequenas respostas que as plantas nos dão.

Abaixo é só um exemplo do que você pode consorciar.

Importante: faça o Consórcio e a Rotação de Cultura, lembrando sempre alternar em:

FOLHOSAS – FRUTOS – TUBÉRCULOS/RAÍZES/BULBOS

Use a imaginação, a técnica, conhecimento e faça seu próprio consórcio de plantas.

ESQUEMA CONSÓRCIO: FRUTA/ADUBO VERDE/HORTALIÇAS

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LEMBRANDO: UM BAITA CURSO SOBRE AGROECOLOGIA.

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Espero ter lhe ajudado nessa empreitada.

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Grande abraço, fique com Deus!